Desde que fiquei a conhecer o método Ferber - que sugere não adormecer o bebê no colo - coloco todos os dias a minha filha bem abraçadinha a mim, em nossa cama até ela dormir. E que seja assim por toda a minha vida. Se faz mal ao bebê enchê-lo de mimos e criar essa dependência? Vou dar a minha opinião ok? NÃO!!! Eu fui criada com excesso de mimos. Aí você pensa: “aaaah tá explicado ela se achar a última bolacha do pacote (de chocolate SFF)” …tens toda a razão! …hahaha Continuando, até os meus 11 anos só conseguia dormir se o meu pai deitasse comigo. Quando pequena, pulava pra cama deles aos fins-de-semana, e ficava no meio. Brincávamos de “hot dog", eu era a salsicha. Não acontecia sempre, porque às vezes a porta tava trancada, eles diziam que estavam a conversar uma coisa muito importante...Yap! Na minha época chamavam-lhe de ‘conversa’! …Hahaha Bom, eu cresci dormindo com eles sempre que me apetecia e… nunca parei. Nunca?!!! Nunquinhaaaaaaaa! Vou partilhar com vocês algumas histórias, afim de poder mostrar a importância desses mimos, ao meu ver, claro. Onze anos atrás, quando retornei a Portugal, os meus pais moravam cá. Cheguei de manhã, foi um vôo cansativo já que eu tenho medo de avião (isso é outra história), almoçamos bacalhau à Brás que eu tanto tinha saudades e logo a seguir deitei ao lado do meu pai e dormimos bem agarradinhos...aaaah que sensação tão boa, estava em porto seguro! Nada nem ninguém poderiam me entristecer, o meu pai estava lá para, no final do dia, deitar ao meu lado, apenas isso, deitar ao meu lado… Anos depois, eles voltaram para o Brasil e quando os fui visitar, dormi todos os dias com eles. Na época, eu tinha 33 anos e havia acabado de me divorciar, estar no meio deles me fez tão bem, voltei para o meu Portugal amado, com as energias renovadas. Ano passado foi diferente, a minha mãe passou um mês cá em casa. Já no primeiro dia perguntou se eu podia dormir com ela, pois estava a precisar de ‘cheirinho de filha’. Bora lá, que cheirinho por cheirinho, o da minha mãe acalma qualquer “tempestade”. Pois é minha gente, mimo é uma coisa que nunca faltou desde que nasci, e foi mesmo em excesso. Se me prejudicou, em nadaaaaaa! tenho 40 anos e sou uma adulta com a cabecinha no lugar, bem resolvida e com memórias e histórias lindas para contar. Como vocês sabem, eu sonhei a minha vida inteira em ser mãe, vi as minhas amigas e amigos, irmãos e familiares a terem filhos e eu só ficando pra titia né!!!!!!!!!!! Por isso, agora minha querida amiga seguidora, quero te contar a Isabella vai levar com um dose de amor, carinho e mimos descomunal até os seus 40, 50 e tantos anos que eu esteja por cá. Colo? Também! Que fique dependente do meu colo, tal como eu sou dependente do colo dos meus pais, até hoje. Que chore, que faça birras porque queria aquela boneca… coisas de meninas mimadas como eu! Mas que saiba que a cama dos pais é o lugar mais seguro quando tiver pesadelos ou em noites de tempestade. Que queira o meu colo quando cair de bicicleta, quando tiver a primeira decepção amorosa, quando for demitida, quando descobrir que, infelizmente às vezes, a injustiça vence. Que queira o meu colo e muitos beijinhos quando começar a andar, que aguarde ansiosa o meu sorriso e abraço quando me contar que teve uma nota alta na escola, quando for pedida em casamento e quando descobrir que está grávida… Ah! Não contei né? A minha mãe estava em Lisboa quando ...fui à casa de banho e resolvi fazer um teste de gravidez. Nossaaaa, eu tava já gravidérrimaaaaaa, deu positivo em questão de segundos! E lá corri para os seus braços com o teste na mão para abraçá-la e cobri-la de beijos e perguntar: Mãe, e agora faço o que?! Ao que ela, bem básica respondeu: ‘Nada filha, espera nascer!’ Hahaha Amor, tudo se resume em amor! O tempo não volta e anda mais depressa do que queríamos. Você sabe do dia de amanhã? Eu não faço ideia do que me espera! Por isso vou cair de boca nos mimos, que cresce de boa na mesma! E agora você leu esse texto e diz: “Ah que lindo, ela tá naquela fase boa que a filha ainda é bebezinha. Deixa só chegar a adolescência para ela ver!” …Então aqui vai a minha dica, eu fui um adolescente mega chata, enjoadinha, achando que sabia tudo e que os meus pais estavam sempre errados, até eu quebrar a cara e ouvir “eu te avisei”. Mas sabe de uma coisa, mesmo nessa fase in-su-por-tá-veeeeeel, eu amava quando a minha mãe chegava e me contava alguma história engraçada da minha infância, quando dava por mim está com a cabeça em seu colo a rir.
Vai mãe, força aí! Dá um pulinho no quarto da tua cria e conversa de boa, conta-lhe alguma história engraçada que termine com ela no teu colo. Filha/o vai ser sempre filha/o e mãe vai ser sempre só uma, você!
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Hoje o bicho pegou e pegou feio, não houve terapia de auto-controle em frente ao espelho que segurasse as hormonas. O dia começou às 6h50 com aquele chorinho de ‘se demorares mais dois minutos pra me dares o biberon, o bairro inteiro vai sentir a força dos meus pulmões’…legal né?! Incorporei o cronômetro materno, independente de eu ter estado quatro dias de cama, e toca a voar para aquecer o biberon, tentar não tropeçar no Jobim que já sente quando a Bella está preste a abrir o berreiro e fica todo aflito, e resistir a um pit stop no frigorífico. E lá se foram 125ml com muita arte, fralda mudada logo a seguir e… upsss! As pernocas gostosas da Bella estavam com umas manchas brancas. Bah! Não deve ser nada, voltemos a tentar dormir mais umas horinhas. Horinhas?!!! Esquece lá isso Paula, que a tua filha já quer conversa e colo...então lá vamos nós, bommmm diaaaa alegriaaaaa! Como ainda não podia sair de casa e com esta chuva não rola nem um passeio ao parquinho, me organizei para passar o dia na cozinha a preparar uma série de receitas pro blog e claro, dar toda a atenção a minha futura mini chef. Primeira receita, um novo brownie de deixar qualquer chocólatra maluco! Passo a passo, foto a foto, brownie ao forno pré-aquecido a 180 graus e... já está na hora de mais um round de 125ml. Desta vez a coisa não correu nada bem, a Bella vomitou tudo e mostrava-se mesmo assim com fome, tadinha. Liguei ao pediatra dela que é tooooop gente!!! Tipo assim, o cara manda muito bem, tem o poder de me acalmar na hora, o que é quase um milagre numa mãe de primeira viagem. Bom, o Dr. Top (como está identificado no meu telemóvel hahaha) pediu para eu lhe tirar a temperatura, esperar meia hora e etc... E foi aí que o dia tomou um novo rumo. Nada de febre mas as tais pernocas gostosas continuavam com muitas manchas. ‘Hummmm se calhar faço uma foto e envio ao Dr. Top’ ...segundos depois ele liga. Pra ser sincera não faço ideia do que ele me disse, o meu cérebro congelou no ‘leve-a às urgências’. Putz meu, até o meu cabelo tremeu, desliguei e enquanto o António, que tinha acabado de chegar em casa a arrumava no ovo, eu comecei a chorar mais que um fado triste e encalhado (não faço ideia do que quis dizer com isso! Hahaha) A minha bebezinha doente? Urgências?! Urgências?! Urgências?! Credooooo Paula, wake up pra vida mulher! Gente, sem brincadeira, que sensação de impotência total! Só deu tempo de dobrar os joelhos rapidinho no quarto e pedir, ou melhor, implorar a Deus que não fosse nada! Respira mulher, a miúda até tá dormindo de boa, ué! Ok preparo a malinha dela e siga pro hospital! Aiiii peraí, melhor tirar o pijama e colocar uma roupa de rua, né?! Sigaaaa e fecha a porta de casa. Aiiiii peraí, o brownie! Uiiiii minha amigaaaaa, aquilo nem chocolatra nem aquelas pessoas que gostam da comida mais pro “crocante” teriam coragem de provar! Digamos que a coisa carbonizou. A caminho do carro as lágrimas insistiam em dar o seu ar dar graça, a Fernanda, dona do prédio nos aconselhou calma, já o Seu Zé do café em frente a casa disse para eu não me preocupar, que mais episódios assim viriam no futuro, rir ou continuar a chorar?! Ai este Seu Zé é uma figura! hahaha… Ele e a sua esposa, a dona Fernanda nos acompanham desde o dia em que o António me levou lá há quase quatro anos e me apresentou como a sua namorada. Acompanham de perto a nossa história desde então.
Quase a chegar ao hospital lembrei que tinha esquecido de me pentear, olho para as legging e toma lá com a lei de Murphy, vesti justo as que estavam rasgadas. O que vale é que roupa rasgada hoje em dia tá na moda né?! Respiraaaaaaaaaaa, conta até dez vah, tu agora é mãe, se vira meu! Não resultou muito bem auto-repetir isso, mas tentei né. Bommmmm, e aí lá no meio do caos que já estava a minha cabeça descabelada, justo na hora de estarmos a dar entrada nas urgências, chegou o meu cunhado João, o meu sogro e a minha sogra com os seus braços abertos para me dar um abraço bem forte e dizer que tudo ia correr bem com a minha linda bebezinha. Ahhh como soube bem tê-los ao nosso lado naquele momento! Isso pra não falar do WhatsApp a bombar com mensagens aos meus pais super preocupados, a minha cunhada Isabel e a Susana, a madrinha. Esta pequenina mobilizou a galera toda, incrível hahaha…Mas pra ser perfeito mesmo, só faltou uns petiscos e um bom vinho, que foi resolvido depois do susto…hahaha A verdade é que fomos super bem atendidos nas urgências do hospital dos Lusíadas. Desde a enfermeira na triagem, a pediatra super atenciosa, e as enfermeiras que acharam o máximo cantarmos “Eu Sei Que Vou Te Amar” a Bella, para ela parar de chorar enquanto lhe tiraram a urina e mais tarde uma amostra de sangue. Na verdade eu chorei mais do que ela, ando uma manteiga derretida. Uma das enfermeiras segue o blog, foi muito meiga e me acalmou, ao explicar todo o processo lá do treco pra tirar a urina, e deixou bemmmm claro que ela não estava a sentir dor. Que alívio! Conclusão, a Bella tá ótima, vai se lá saber o que aconteceu… No meio de tudo isso o Dr. Top ligou várias vezes e nós também íamos informando tudinho do que estava a acontecer. Que sorte a nossa ter o Dr Sergio Pinto como o seu pediatra, porque neste exato momento são 01h17 e acabei de receber um SMS dele com recomendações para esta madrugada e amanhã, mais uma visita à Clínica Babyboom. Que aventuraaaaaa meu Deus, a primeira ida às urgências da Bella vai ficar na história! Dois momentos especiais irão ficar na minha memória. O primeiro, a imagem dela a segurar com as suas mãozinhas o meu dedo, aquela união que nasce no ventre e permanece para sempre. E o segundo momento foi quando a minha sogra me disse que a Isabella “é uma menina muito especial, é o milagre tão sonhado por todos na família”. Bem, agora quando este pedacinho de gente crescer iremos contar-lhe esta história entre risadas, para que ela nunca esqueça de que foi, é e sempre será muito amada. Se me perguntarem o que é ser mãe vou dizer que ainda não sei. São 5h49 da manhã, acordei às 3h45 para lhe preparar o biberon, porque sabia que às 04h ela iria acordar com fome. A Isabella tem o seu tempo, não bebe o leite de seguida, e eu aguardo enquanto luto contra o sono. Coloco-a finalmente no berço mas ela quer ouvir a minha voz, então ‘recito’ na minha tentativa de voz suave as minhas receitas, como se poesias fossem. Ela adormece e eu tento também dormir, dois minutos depois ela volta acordar. Num piscar d’olhos já passaram três horas e o meu corpo pede mais cinco minutos antes voltar a fazer tudo de novo. E assim, uma noite após a outra. O dia começa, mais um biberon, mais uma fralda, uma muda de roupa limpinha, acalmar o seu choro e vezes sem conta de colocar a chucha na sua boca. Eu? Ainda nem à casa de banho consegui ir, nem tirar o pijama sujo de leite ou me pentear. Me olho no espelho e não me reconheço, nem o corpo nem o cabelo lembram a mulher pela qual o meu marido se apaixonou. As olheiras mostram o sinal dos meses sem dormir antes dela nascer somados a tudo o que veio depois do seu nascimento. Então ela dorme mais três horas ou quinze minutos e eu penso por onde começar: arrumo a casa? Escovo os dentes? Tomo o pequeno-almoço? Começo a trabalhar? Nada, não consigo fazer nada a não ser chorar sem parar porque sempre me achei uma mulher forte e hoje descubro que sou fraca. Me sinto a pior mãe... Mas aí ela acorda, abre os seus olhinhos lindos e cheios de vida para viver, e na minha fraqueza mais uma vez encontro força, pra lhe aninhar nos meus braços, encostar a sua cabeça na minha e lhe fazer juras de amor eterno!
Se me perguntarem o que é ser mãe vou dizer que ainda não sei. Mas daria o meu braço para ela não sentir a dor de uma vacina, o meu corpo para ela não ter cólicas, o meu calor para as suas mãos não ficarem frias. Olho para os seus pezinhos, perninhas, bochechas, pra essa boquinha tão perfeita e, no seu olhar fixo no meu, peço-lhe desculpas por estar tão cansada. Ah minha filha, eu bem sei que não te importas com as minhas olheiras nem com o meu cabelo desarrumado. Com todos os meus defeitos já sei que é no meu colo que te sentes segura e protegida. Eu te amo com todas as minhas forças, e um minuto longe de ti é uma eternidade, mas se me perguntarem o que é ser mãe vou dizer que não ainda sei. Mas juntas vamos aprender a ser mãe e filha, tu o meu pequeno grande mundo e eu a mão que te segura para não tropeçares. Se me perguntarem o que é ser mãe...ainda não sei! As hormonas estão aos saltos, estou sensível, nunca tive tanta vontade de chorar por tudo e por nada. A barriga dói, o peso aumenta, tudo incha, não há mais noite bem dormida, uma hora e meia de sono sem acordar é motivo para chorar… de felicidade! À espera da minha primeira filha, a emoção e ansiedade aumentam a cada dia, os pensamentos estão nela, em como será o nosso primeiro encontro, nas suas mãozinhas, será que vai ser calminha? Será que vou conseguir torná-la num ser humano feliz? Será isso? Será aquilo? Um turbilhão de pensamentos, um cansaço descomunal, com dores no nervo ciático infernais que não me deixam dormir há dias. Dá vontade de chorar de desespero, mas suporto porque sou forte, porque tenho que ser forte, porque quero ser forte por ela, por mim, por nós! Há dias em que apetece sair correndo de tanta energia, outros não dá pra sair da cama, ou só dá vontade de ficar em silêncio, esquecer tudo e todos, ficarmos só nós três, sim porque ele, o pai, nunca incomoda, tem a paciência de quem sonhou uma vida inteira por este momento! Em muitos outros momento dá vontade de devorar tudo o que há na despensa, e depois vem a azia forte que chega a machucar. Mas aí a minha Bella mexe, e tudo é esquecido no mesmo momento! Dizem que gravidez é um estado de graça, nem para todos. Não tem graça nenhuma quando pedimos paz e te enchem os ouvidos ou a caixa de mensagens com problemas, não tem graça quando apontam aquela estria que nasceu, falam do teu rabo e já mandam o recado que vais precisar entrar numa dieta severa, logo após o bebê nascer. É isso, as hormonas estão aos saltos como referi ao início. Gravidez não é doença, ouvi a frase na minha primeira consulta médica e absorvi esse pensamento. Claro que gravidez não é doença, mas é um momento único, mágico, um momento de transformação física e psicológica. Imagina só, o corpo muda por completo, os órgãos comprimem, mudam de lugar, a coluna reclama, ou melhor, grita! Pelo cérebro passa um milhão de pensamentos positivos e outro milhão de medos e inseguranças. As roupas já não servem, mas o espelho te reflete um milagre no teu ventre. Poderia escrever talvez um livro com todos os motivos porque uma mulher grávida precisa de paz, de ouvir algumas mentirinhas da boa e ser poupada de tudo o que não é bom! É apenas uma fase, daqui a pouco voltamos, mas agora, no nosso íntimo só queremos silêncio, paz e muito amor e mimos. Queremos ser uma florzinha de estufa por um tempo, deixar as armas de lado e respirar fundo. Esqueçam o peso que estamos a ganhar, o tamanho da coxa ou da anca, os problemas podem esperar ou ser contados para outras pessoas. Partilhem coisas boas, alegria, felicidade, força, coragem, carinho, não há melhor remédio do que um sorriso para quem está a gerar o maior e mais lindo milagre, que é a vida. As hormonas aos saltos, apenas um desabafo. Paciência conosco, com quem está neste estado tão sonhado, porque fortes e corajosas, isso já somos de sobra! ps: Obrigada marido ma-ra-vi-lho-sooooo! Obrigada por não largar a minha mão, por cantar todos os dias pra Bella acalmar, por engordar comigo, por ser meu escudo e me entender como ninguém quando as lágrimas "são por tudo e por nada", por deixar eu dormir o dia inteiro quando passo as noites a andar pela casa com dores, obrigada por cuidar de nós duas com tanto carinho e delicadeza! Somos loucamente apaixonadas por ti! |
AutorEscreva algo sobre si mesmo. Não precisa ser extravagante, apenas uma visão geral. Histórico
Maio 2018
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