Sinceramente, nem sei por onde começar, pela esquerda ou pela direita tudo é pecado, é gula por todo o lado, mas da boa, daquela que faz o domingo ficar mais gostoso. Foi assim que me senti no brunch do Hotel Faro. Já tinha ouvido falar que era excelente, que era preciso fazer reserva com, pelo menos, uma semana de antecedência e que seria amor à primeira vista e tal. Curiosidade pra que te quero, na minha última ida ao Algarve, que foi a trabalho, fiquei hospedada no Hotel Faro, situado no centro cidade. Na minha cabeça, Algarve é praia, casa de frente para o mar e resorts, portanto imaginava ficar duas noites no típico hotel de quatro estrela, para executivos que vão à trabalho para a região. Tão enganadinha que eu estava, o Hotel Faro tem tudo o que um bom hotel de “passagem” comporta, mas com um toque muito charmoso, que começa pela recepeção clean e ao mesmo tempo acolhedora, que sobe ao ginásio e ao spa bem equipados, entra nos 90 quartos, decorados no minimalismo, mas sem qualquer “mínimo”. A cama de casal é preenchida com grandes travesseiros…hummm dormi, acordei,e voltei a dormir só para sentir, por mais meia horinha, aquela sensação gostosa de não saber onde começa e termina a cama. No meu último dia de trabalho cheguei exausta ao hotel, o meu marido, que desta vez conseguiu me acompanhar, sentou na sala de estar da suíte para ver um jogo qualquer do Euro, e eu mergulhei na cama para recuperar forças. Meia hora depois tocaram à porta. Wow! Um jovem muito simpático, com uma bandeja com frutas, pastéis de nata e macarons, nossa quanta delicadeza! Amei o detalhe, o mimo perfeito para depois de três dias tão cansativos. O staff sempre sorridente e amável fazem a estadia bem mais doce. Mas, a cereja no topo do bolo está no rooftop, onde fica a piscina e o restaurante moderno e requintado, com um terraço, quase terapêutico, é entrar e relaxar com vista para a ria, lindíssimo, a qualquer hora do dia. Foi com aquela vista que me “gulosei”, do verbo “gulosar”, nas guloseimas do brunch…hahaha Bem, por onde começar? Os meus olhos gritavam por começar pelos quadradinhos de brownies, e eu obedeci. Uma delicia, nada enjoativos, tanto que comi uns quatro, a loucura total na minha dieta….grrr Eu sei, tou sempre na paranóia da dieta, sou como aquela música: “eu nasci assim, eu cresci assim….dieeeetaaaa (na versão original é Gabriela… hahaha)” Com uma variedade de pelo menos 30 pratos diferentes, que vai desde uma mesa de queijos e pães extraordinária, uma combinação perfeita de frutas, doces regionais, mini panquecas, iogurtes caseiros, sumos, e um misto de pratos mais fortes, que deixa qualquer pessoa numa indecisão “gulosémica”. Nachos com guacamole, tacinhas com cocktail de frutos do mar, polvo à lagareiro com batata, mexilhões frescos, tataki de atum, os obrigatórios ovos mexidos com espargos, num brunch que se preze claro, e três pratos que não me fariam hesitar em ir num domingo ao Algarve, só para matar a vontade de voltar a comer o ravioli de abóbora, muito bem temperada e envolta em uma massa de espinafre fina e suave, com molho branco. As bochechas de porco, um dos meu pratos portugueses preferidos e, o Xarém de Berbigão, uma receita portuguesa com origens medievais, que tem como base uma espécie de papa feita com farinha de milho e, neste caso, berbigão. Bela experiência, vivendo e aprendendo sobre os tesouros da cozinha portuguesa, com certeza! …hahaha Tirando o brownie pelo qual me apaixonei, a mousse de limão com caramelo e chocolate esfarelado é uma delicia a se provar e repetir, o bolo de alfarroba me surpreendeu por não ter uma sabor tão forte como os que já tinha provado até ao momento e, para terminar em grande, uma fatia de bolo de batata doce, me fez ter a certeza que vou voltar em breve! É tudo tão bom que, sem brincadeiras, fiquei os três dias seguintes acordando com desejo de me “guloseimar” naquele brunch digno de se tirar o chapéu!
O brunch do Hotel Faro acontece aos Domingos das 12h às 16h.Praça D. Francisco Gomes, Nº2 8000 168 Faro Portugal Hotel Faro tel: +351 289 830 830 [email protected] [email protected]
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O “Bastardo” fica dentro do Internacional hotel Design, um investimento familiar que deu certo. O nome assusta e coloca logo de primeira algumas dúvidas. Irreverente, desperta curiosidade e é uma espécie de porta aberta para o que tudo - e quando digo tudo, é mesmo tudoooo - o que se vê no restaurante sobre e ao redor da mesa. Criatividade com elegância e doses duplas de humor inteligente e sarcástico, não faltam. O “Bastardo” já tem dois anos de vida e eu não fazia ideia de que existia, uma vergonha!!! Foi a Rute que nos levou lá. “Vais adorar, é a tua cara!”, palavras de quem me conhece bem. Fresco, colorido, vivo e engraçado, estas são as palavras que me veem á cabeça quando me lembro do espaço. As 50 cadeiras, todas diferentes umas das outras, nas paredes quadros com frases engraçadas, o melhor é você constatar nas imagens que registei. Quando você entrar no Bastardo, vai receber uma atenção extraordinária, a sensação é que já te conhecem, que aquela sala grande faz parte da tua casa. Me senti tão á vontade, que durante o almoço não me importei nem um pouco em dar boas e altas gargalhadas. O Pedro, meu irmão mais novo, era doido por Lego quando pequeno. Voltei à infância assim que o couvert chegou, uma caixa de Lego preenchida por fatias de pão alentejano, fogazza e uma manteiga de beterraba com cebola roxa muito suave e saborosa. Ainda encantada com a originalidade de tudo o que me rodeava e indecisa no que pedir, fui surpreendida por um amuse bouche, um mimo do Chef Luis Miguel Rodrigues: Creme de fava com coentros e bacon, a combinação prima por uma leveza que ao contrastar com o bacon, traz um sabor mais forte. Duas entradas que abriram mais o apetite: o “Tataki" de atum, com manga, alho e molho ponzu, com uma apresentação tão elegante quanto o seu sabor, a manga dá todo um charme à frescura do atum. Mas o meu lado do paladar mais português, ficou encantado com o “Entornado”, uma tábua com queijo de ovelha aquecido, compota de tomate e um cálice de vinho do Porto, o trio perfeito para comer com tostinhas rústicas. A cara da gastronomia portuguesa! Como refeição principal, pedi o “Malandrinho”, risotto de abóbora, espinafre, goji e azeite de trufa. Resumindo, uma loucura!!! Sou doida por abóbora e a ideia do risotto sempre me agrada, mas a expectativa era alta até o prato chegar à mesa numa marmita. What?! Exato, é o que eu digo, criatividade é uma coisa que não falta neste espaço. Retornei novamente à minha infância, quando senti a abóbora. Lembrei do purê que a minha mãe preparava com queijo parmesão ralado. Tão “à vontadinha” que eu estava, que quando dei por mim estava comendo direto do tacho. Nossa, que gulosa! Mas há alguma maneira mais gostosa de comer conforto food senão for do nosso jeito, sem querer saber se nos estão olhando ou não? Hahaha não quis nem saber, mergulhei naquele risotto. O tempero forte e a cremosidade à moda italiana, com a abóbora, ai abóbora…formam uma combinação devoradora. O meu marido, que conseguiu colocar um pouquinho no seu prato (sério, fiquei doida com esse prato!) e é fascinado por picante, lá pediu o da casa. Chegou um pequeno frasco, do qual eu nem me atrevi a tocar. Uma das cozinheiras é caboverdiana, tá explicado. Minutos depois, andou tentando conseguir a receita, mas há segredos que merecem ser guardados a sete chaves, com toda a razão. Outro prato a se provar é o “Ás de Espadas”: Espadarte muito bem temperado, com legumes refogados. Este, é um peixe complicado de se cozinhar, um deslize de segundos e podemos perder o preparado, exige conhecimento e delicadeza. O Espadarte do Bastardo é simplesmente perfeito, no ponto. Um golpe de mestre na carta fixa do restaurante. Estive à conversa com o proprietário, para tentar entender o conceito do restaurante. Alexandre Martins tem 37 anos e logo de cara deu para perceber que é um “ideota” cheio de jovialidade.“Quando surgiu a ideia de abrir um restaurante no hotel, eu estava a viver no Brasil. Voltei com várias ideias, mas a principal era poder criar um espaço onde os clientes pudessem ficar durante horas, mas que também conseguisse receber pessoas com um horário limitado. Não há rotina no Bastardo”, me confidenciou. Resultado disso é o menu executivo, cada dia um “tacho” diferente acompanhado pelo couvert, sobremesa do dia e um copo de vinho da casa (15€). Fui numa terça, dia do tacho de Bacalhau à Brás e Abacaxi com vinho da Madeira. Perfeito, comeria o bacalhau todos os dias, eu sei, é um prato pesado por causa dos ovos e a batata palha, mas este me soube suave, com uma saladinha a acompanhar deliciosa. Não sou muito fã de abacaxi, mas provei e aprovei. Bom, agora falemos de coisas sérias, chocolate! A carta de sobremesas é uma tentação e um atentado à dieta. Mas quem pensa em emagrecer quando está a comer confort food…eu, só por algumas milésimas de segundos… Uma garfada do “Tasquinha do Lagarto” para a Rute e outra para o meu marido, foi o que eu deixei para eles. Sorry, mas quando há chocolate, não há brincadeiras… hahaha … O bolo de bolacha com mousse de chocolate é de lamber o prato. Crocante e cremoso, suave e nada enjoativo, foi a cereja no topo do bolo! Ainda em fase de teste, provámos um gelado com cara de cocktail. Leva chocolate, hortelã, vinho do Porto e Whisky, acompanhado por uma madalena de laranja. Gostei muito, eu que não consigo apreciar o sabor do whisky, fiquei rendida. As sobremesas com certeza serão motivos para voltar, mas o “Malandrinho” me conquistou! Volto em breve! Restaurante Bastardo
Internacional Design Hotel Rua da Betesga, 3 Lisboa Tel. 213 240 993 |
Quem, eu?!Sou fotógrafa de moda e gastronomia, que ama desafiar o seu palato brincando com ingredientes calóricos, principalmente com os doces! Parceiro:
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Março 2018
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